Qual o método cirúrgico mais eficaz para emagrecer?

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O tratamento da obesidade não é uma tarefa nada fácil! Embora as cirurgias sejam vistas pela população leiga como um caminho mais curto, há casos em que é o único caminho. 

Existem situações em que unicamente a mudança de hábitos e/ou uso de medicamentos não é o suficiente para alcançar os objetivos desejados.

Independente de ter ou não indicação de um método cirúrgico que auxilie no processo de emagrecimento, é importante que todo o processo de perda de peso seja sempre acompanhado por um profissional da saúde especialista na área. 

Algumas considerações devem ser levantadas sobre dois procedimentos cirúrgicos em especial: abdominoplastia e lipoaspiração. 

Ambas não devem ser consideradas como procedimentos para eliminação ou controle do peso, não apresentando NENHUM efeito bariátrico ou metabólico, de modo que não apresentam NENHUM benefício no controle da obesidade a médio e longo prazo. 

São procedimentos meramente estéticos ou reparadores, tendo indicação apenas após a adequada eliminação do excesso de peso.

Feitos esses esclarecimentos, vamos aos procedimentos cirúrgicos que realmente apresentam benefícios bariátricos e metabólicos comprovados na eliminação e no excesso de peso e controle da obesidade e doenças relacionadas a longo prazo.

Bypass gástrico

A “gastroplastia vertical com bypass gástrico em Y de Roux” ou simplesmente “bypass gástrico”é a técnica cirúrgica bariátrica e metabólica com quase 50 anos de estudo. 

É o procedimento mais estudado e apresenta excelentes benefícios na eliminação do excesso de peso, controle do diabetes mellitus tipo 2, síndrome metabólica e outras doenças relacionadas à obesidade.

Tecnicamente, constrói-se um pequeno reservatório gástrico de aproximadamente 20 ml de volume, associado a um desvio intestinal (Y de Roux). A área de absorção intestinal final é de aproximadamente 4 metros de intestino. Tal desvio intestinal impõe a necessidade de suplementação vitamínica cronicamente, assim como procedimentos para estrias.

Observa-se uma eliminação do excesso de peso mais intensa nos primeiros 6 a 8 meses e redução da velocidade da mesma nos meses subsequentes até a estabilização do peso com aproximadamente 24 meses de pós-operatório.

Sleeve

O Sleeve gástrico, também conhecido como gastrectomia vertical, é um procedimento bariátrico que consiste na remoção de quase 70 a 80% do estômago original. Trata-se de uma técnica bariátrica restritiva.  

Apesar de ser uma técnica de emprego recente, tem apresentado bons resultados na eliminação do excesso de peso e controle metabólico. 

O sleeve gástrico apresenta como grande vantagem a possibilidade de sempre permitir avaliações endoscópicas de todo o estômago remanescente. 

Diferente do que a maioria das pessoas pensam, apesar de não possuir desvio intestinal (bypass), pacientes submetidos  a gastroplastia sleeve também podem necessitar de suplementação vitamínica a longo prazo.

Outra questão relacionada ao sleeve é a capacidade reflexogênica da técnica, de modo que um percentual considerável de pacientes submetidos ao sleeve gástrico podem vir de desenvolver doença do refluxo gastroesofágico a médio e longo prazo.

Está em dúvida sobre as diferenças entre o Bypass e o Sleeve? Acesse nosso blog post onde detalhamos ambas as técnicas e os benefícios Bypass Gástrico X Sleeve: qual técnica de é melhor para você? Descubra

Derivação biliopancreática

A derivação biliopancreática consiste em duas etapas: a primeira é a remoção de uma porção do estômago, semelhante ao procedimento da gastrectomia vertical. Em seguida, uma parte grande do intestino delgado é desviada. 

Esse procedimento costuma resultar em mudanças mais intensas que o bypass ou sleeve, pois aproximadamente três quartos do intestino delgado é desviado do fluxo alimentar. Área de absorção intestinal fica reduzida a aproximadamente 90  a 100 cm.

Em termos de benefícios metabólicos, são as técnicas que apresentam os melhores resultados. Entretanto, os cuidados relacionados a reposição de vitaminas e oligoelementos nas derivações biliopancreáticas devem ser mais rigorosos e o acompanhamento multidisciplinar é imperativo devido ao risco expressivo de desnutrição.

Cada caso é único, por isso, é essencial que haja profissionais envolvidos durante todo o processo de diagnóstico e tratamento. 

Não deve-se pensar que pacientes diferentes terão os mesmos benefícios com as mesmas técnicas cirúrgicas. A escolha da técnica cirúrgica empregada deve ser feita de forma individualizada, respeitando-se características de cada paciente, padrões alimentares e comorbidades existentes.

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