A medida foi decidida em reunião na manhã desta quarta-feira, no Palácio da Alvorada, onde o Bolsonaro recebeu, além dos presidentes do Parlamento, o líder do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, o procurador-geral da República, Augusto Aras, governadores, ministros de estado e representantes de instituições independentes.
“Mais do que harmonia, prevaleceu a solidariedade e a intenção de minimizar os efeitos da pandemia. A vida vem primeiro ”, disse Bolsonaro em nota à imprensa após a reunião.
Segundo o presidente, houve unanimidade entre todos os presentes sobre a necessidade de ampliar a capacidade de produção e compra de vacinas para conseguir a imunização em massa da população. Além disso, o presidente também falou sobre a possibilidade de “tratamento precoce”. “Isso é da responsabilidade do Ministro da Saúde [Marcelo Queiroga], que respeita o direito e o dever do médico de tratar sem marca os infectados ”, disse ele.
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O remédio chamado sem marca É o prescrito pelo médico que difere das instruções do folheto informativo. Desde o início da pandemia, no ano passado, Bolsonaro preconiza o uso desses medicamentos, como a hidroxicloroquina, que não tem eficácia científica comprovada contra o COVID-19, mas que podem ser prescritos por médicos com o consentimento do paciente.
“É uma doença ainda desconhecida, uma nova cepa ou vírus apareceu e estamos cada vez mais preocupados em cuidar adequadamente dessas pessoas. Ainda não temos o remédio, mas [temos] nossa união, nosso esforço entre os três poderes da República, enquanto avançamos no que realmente importa, sem conflito, sem politização da solução do problema. Acredito que essa é a maneira do Brasil sair dessa situação tão complicada em que se encontra ”, disse Bolsonaro.
Para o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a conclusão do encontro foi fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) para proporcionar à população brasileira, “com agilidade”, uma campanha de vacinação que consiga uma cobertura vacinal capaz de reduzir a circulação do vírus. Por outro lado, segundo ele, a atenção à saúde também se fortalece, nos três níveis – municipal, estadual e federal – “com a criação de protocolos assistenciais capazes de mudar a história natural da doença”.
Coordenação com governadores
A coordenação com os governadores dos estados e do Distrito Federal será feita pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que receberá as demandas e as encaminhará à comissão.
Segundo Pacheco, o comitê será um grupo de trabalho permanente e sem delegação dos presidentes do Executivo e do Legislativo. O objetivo, segundo ele, é definir políticas nacionais uniformes, “no campo da identificação das convergências existentes, e as divergências devem ser resolvidas à luz dos procedimentos adequados, democraticamente”.
Leitos de UTI
Na reunião de hoje, segundo o senador, algumas medidas já foram definidas como prioritárias, como a participação da iniciativa privada na ampliação dos leitos de terapia intensiva, sanando problemas de falta de oxigênio, insumos e medicamentos e, “fundamentalmente, o política do Ministério da Saúde para a vacinação do povo brasileiro ”. “[Isso] requer mais do que nunca a colaboração de todos os poderes e instituições, sociedade e imprensa, para que possamos ampliar a escala de vacinação no Brasil ”, disse Pacheco.
Após encontro no Palácio da Alvorada, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que vai se reunir com as lideranças partidárias para discutir os projetos que podem ser votados hoje. Um deles é a oferta de novos leitos em aliança com a iniciativa privada, “que também não se recusa a participar desta luta”.
Judicial
O Supremo Tribunal Federal, por força de lei, não pode participar de comissões dessa natureza, mas deve atuar para que haja um controle prévio da constitucionalidade das medidas adotadas.
“Tendo em vista que esse problema pandêmico exige soluções rápidas, buscaremos estratégias capazes de evitar processos, o que é um fator que atrasa a tomada dessas decisões”, afirmou o presidente do STF, Luiz Fux.
O ministro também expressou sua solidariedade às famílias que sofreram as mortes causadas pelo covid-19 e agradeceu aos profissionais de saúde pela dedicação no combate à pandemia.
Ontem (23), o Brasil bateu um novo recorde e ultrapassou as 3.000 mortes por covid-19 registradas em 24 horas. 3.251 vidas perdidas devido à pandemia foram registradas. Como resultado, o número de mortes chegou a 298.676.
Associações com outros países
De acordo com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, algumas ações também serão tomadas no campo diplomático para buscar alianças com países que têm uma cota de vacinas superior ao necessário para dividir com o Brasil.
Além disso, o grupo quer “sensibilizar os laboratórios” que possuem tecnologias de produção de vacinas para “que também entendam a necessidade de serem compartilhados para que outros laboratórios possam produzir, já que temos uma demanda de 8 bilhões de pessoas no planeta. “É hora de mostrar solidariedade e que todos nós temos a responsabilidade de salvar vidas hoje”, disse ele.
De acordo com Caiado, também será criada uma assessoria científica para estados em todas as áreas da saúde. O governador destacou ainda a importância de medidas sociais para o controle da transmissão da doença. “[Quero] pedir a todos que entendam que em uma situação delicada e crítica como a que vivemos, o isolamento social também costuma ser necessário ”, afirmou.
Veja a declaração feita pelos Chefes de Poderes após a reunião desta manhã:
https://www.youtube.com/watch?v=/oEu7mZy5S1k
* Assunto alterado às 12h51 para adicionar informações.
Com informações da Agência Brasil