Do laboratório ao braço: caminho das vacinas Covid-19 tem controle de qualidade rígido e operação logística em tempo recorde

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Controle de qualidade rígido, checagem dos frascos, análise de temperatura, planejamento de voos: cada vacina Covid-19 que chega nos braços dos brasileiros é fruto de um processo complexo de distribuição, coordenado pelo Ministério da Saúde. Em quase oito meses de campanha, essa operação logística já levou mais de 215 milhões de doses para todos os estados e Distrito Federal e já vacinou mais de 120 milhões de pessoas com a primeira dose.

Nos últimos meses, o trabalho das equipes do Ministério da Saúde, como os técnicos do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e do Departamento de Logística, se intensificou para garantir que as vacinas cheguem com agilidade a todas as unidades da Federação dentro dos parâmetros de qualidade, em uma campanha com desafios diferentes de todas as outras já feitas na história do País.

Esse trabalho foi apresentado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a imprensa nesta sexta-feira (20).

“Essa é a principal política pública de enfrentamento da pandemia: a vacinação. Já distribuímos mais de 215 milhões de doses. Isso acontece por toda essa logística, que é complexa, mas tem sido feita com eficiência para que toda a população receba as vacinas, é nosso dever”, afirmou o ministro durante visita ao Centro de Distribuição de Insumos Estratégicos de Saúde, do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP).

São várias etapas a partir do momento em que os laboratórios entregam os lotes de vacinas, conduzidas no menor tempo possível, para garantir que a imunização avance cada vez mais rápido. Acompanhe ainda as doses que já estão no Ministério da Saúde e seguem em processo de liberação dos lotes. O painel está disponível para acesso no LocalizaSUS.

Chegada das doses

Para as vacinas fabricadas pelos laboratórios internacionais, como os imunizantes da Pfizer/BioNTech, da Janssen, além das remessas que o Brasil recebe via consórcio Covax Facility, o processo de distribuição começa com a liberação da carga pela Receita Federal, chamada de “desembaraço”, feita, de maneira excepcional, antes mesmo do pouso. Imediatamente, os lotes são encaminhados para o Centro de Distribuição de Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, que fica em Guarulhos/SP. São mais de 36 mil m² para armazenamento de vários tipos de insumos em áreas climatizadas e refrigeradas.

As vacinas produzidas em solo nacional chegam de duas formas. As doses da Astrazeneca são entregues pela Fiocruz no depósito do operador logístico do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro/RJ, que tem a estrutura necessária para o armazenamento na temperatura correta. Já as vacinas do Instituto Butantan são recebidas diretamente no Centro de Distribuição, em Guarulhos/SP.

Dataloggers

Os monitores de temperatura, chamados de dataloggers, acompanham os imunizantes de diversas origens em todo o trajeto, até o desembarque no Brasil. No caso das doses da Pfizer/BioNTech, por exemplo, em cada caixa de vacina, os aparelhos registram dados importantes para verificar se as doses passaram por alguma variação de temperatura no caminho. São essas informações, entre outras, que precisam ser submetidas para aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em determinados momentos, alguns dataloggers podem apresentar falhas ao retirar os dados, o que pode atrasar o processo de liberação das doses. Quando isso acontece, é necessário que o próprio laboratório forneça as informações, por meio de outro sistema.

Para agilizar essa etapa, o Ministério da Saúde se reuniu com a Anvisa e ajustou esse processo. Anteriormente, se um aparelho apresentava problemas para fornecer os dados da temperatura, todo o lote de vacinas era retido, até que as informações chegassem. Agora, apenas a caixa onde estava o datalogger com problema fica armazenada esperando a liberação, enquanto o restante do lote é submetido à análise da agência reguladora.

Vacinas liberadas

É preciso garantir que as doses estão dentro da qualidade esperada e que todos os brasileiros vão receber a vacina Covid-19 de forma segura. Pela legislação, as vacinas importadas só são enviadas aos estados após a emissão do Termo de Guarda e Responsabilidade (TGRP), pela Anvisa.

Ao mesmo tempo, as remessas também são analisadas pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), no Rio de Janeiro. Geralmente, o INCQS recebe, do Ministério da Saúde, dois frascos de amostras a cada lote, para proceder a análise.

Todas essas etapas, do momento da chegada ao Brasil até a liberação para distribuição, levam, em média, entre 2 e 3 dias, nos casos das vacinas importadas.

No caso das vacinas fabricadas no Brasil, somente o INCQS a análise dos lotes. Após a entrega dos laboratórios, as vacinas ficam armazenadas conforme a orientação de cada fabricante e são liberadas após o parecer favorável do Instituto.

Pauta de distribuição

Enquanto todas as etapas estão acontecendo para que as doses estejam prontas para o envio, as equipes do Ministério da Saúde – do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e da Secretária Extraordinária de Enfrentamento da Covid-19 – estão trabalhando para organizar o processo de distribuição.

Todas as decisões precisam ser acordadas entre os estados, representados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), municípios, representados pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e União.

Cerca de 3 vezes por semana, ou quando é necessário, essas reuniões tripartites orientam como será a próxima distribuição de vacinas, com as informações compartilhadas entre os gestores. Neste momento, são discutidas as estratégias de imunização, para qual público-alvo as doses serão destinadas, o quantitativo que cada estado deve receber, o percentual para primeira e segunda dose, sempre observando o número de vacinas que já estão liberadas para distribuição naquele momento.

É essa reunião que dá origem ao Informe Técnico, documento elaborado pelo Ministério da Saúde, com todas as recomendações a cada distribuição e que os gestores locais do SUS devem seguir para garantir que a campanha avance conforme o planejado, sem prejuízos para a população.

É hora de partir

Após essas decisões tomadas de forma compartilhada, o Ministério da Saúde libera a chamada pauta de distribuição, com todas as informações necessárias para que o Departamento de Logística da pasta possa elaborar a operação. A operadora logística é responsável pela programação dos voos ou de transporte terrestre e o agendamento da entrega junto aos estados – para isso, é necessário que um representante do governo estadual receba os lotes pessoalmente. É importante lembrar que cada unidade Federativa é responsável pela distribuição das doses aos municípios. Em até 48 horas, a operação é montada e os estados recebem os imunizantes.

Vacina no braço

Cumprindo todas essas etapas, para garantir que o processo de distribuição seja seguro, rápido e transparente com todas as unidades da Federação, o Ministério da Saúde já enviou mais de 207 milhões de doses para todo o país. Mais de 74% do público-alvo, de 160 milhões de brasileiros, está vacinado com a primeira dose e 53,9 milhões de pessoas já completaram o ciclo vacinal – 37% do público-alvo da campanha.

Caminho transparente

Para dar ainda mais transparência ao processo de distribuição de vacinas, o Ministério da Saúde lança uma nova plataforma, que será atualizada diariamente. A partir desta sexta-feira (20), toda a população poderá acompanhar cada etapa da distribuição de doses, desde o momento do recebimento das doses, o controle de qualidade, verificação da temperatura, até a liberação para a distribuição. As cores do painel irão indicar as fases já cumpridas de cada lote de vacinas recebido pelo Ministério da Saúde.

A página está disponível no LocalizaSus. Clique em liberação de vacinas.

Marília Rastelli
Ministério da Saúde

Infográfico mostra o caminho que as vacinas percorrem até chegar ao braço dos brasileiros. Baixe o infográfico clicando aqui.

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