A palestra já percorreu várias cidades brasileiras nas últimas semanas, mais recentemente Belém, Manaus e Boa Vista. O público-alvo são oficiais superiores, intermediários, subalternos, servidores civis e terceirizados da Força Aérea, Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro. Durante a apresentação, os militares são orientados quanto aos principais sinais e sintomas da automutilação e do suicídio, e são informados sobre a realidade que envolve quadros depressivos.
O evento é organizado pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (Sgtes). A palestra ressalta a importância de compreender, conhecer, identificar e prevenir os problemas mentais, principalmente no contexto da pandemia atual.
Experiências
O chefe do Estado Maior de Campinas (SP), Eduardo Migon, diz que a palestra foi fundamental para o seu público, já que, segundo ele, os militares estão preparados para identificar doenças físicas, mas não as emocionais. “É muito mais fácil identificar uma doença física do que uma emocional. A gente consegue entender uma pessoa que está com o pé quebrado, mas não consegue entender uma pessoa que está com depressão”, afirma Mignon.
A Tenente Carolina, assistente social da Força Aérea Brasileira em Manaus (AM), ressalta que o curso na capital amazonense chegou em bom tempo, já que a Força acaba de ingressar jovens que passarão a utilizar armamento, o que reforça a necessidade da atenção mental. “O conhecimento adquirido nessa palestra agrega muito porque nos auxilia nesse trabalho de prevenção do suicídio. Em setembro começaremos a ação com o efetivo. Também atenderemos pessoalmente com escuta qualificada”.
Política pública
O ciclo de palestras integra as Ações de Educação em Saúde em Defesa da Vida, lançada em setembro de 2020. O projeto tem o objetivo de fortalecer as políticas públicas voltadas à saúde mental por meio da promoção de cursos à distância, encontros e disponibilização de materiais informativos para comunidade a respeito do tema.
Além das corporações militares, a qualificação é voltada a profissionais da saúde, educadores da rede pública e privada de ensino, líderes de associações religiosas, profissionais de conselhos tutelares, entidades beneficentes e movimentos sociais. Em 2020 e 2021 foram repassados R$ 99,2 milhões para 2.657 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), habilitados e custeados pela Pasta.
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